O setor de saúde tem se tornado um dos alvos mais atraentes para cibercriminosos. Em 2024, o Brasil registrou mais de 106 mil tentativas de ataques de ransomware, e a área da saúde foi a terceira mais visada, com 6,5 mil dessas tentativas. Esse número expressivo reflete a crescente digitalização do setor, que, ao mesmo tempo que traz inovação, também amplia as possibilidades de ataques para invasores.
A fragilidade dos sistemas hospitalares, muitas vezes operando com infraestrutura ultrapassada e falta de atualização, combinada à alta demanda por dados sigilosos, faz das instituições de saúde um alvo lucrativo. Além disso, hospitais e clínicas lidam com informações altamente sensíveis, como prontuários médicos e dados financeiros de pacientes, tornando-se vítimas ideais para ataques de ransomware, em que criminosos bloqueiam o acesso aos sistemas e exigem resgate para liberar os dados.
Diante desse cenário preocupante, as organizações precisam adotar medidas robustas para proteger seus sistemas e evitar que falhas de segurança impactem diretamente a vida dos pacientes. A seguir, exploramos as melhores práticas para fortalecer a cibersegurança no setor de saúde.
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Firewalls avançados e segmentação de rede: a primeira linha de defesa
Firewalls de última geração (NGFW – Next-Generation Firewalls) são essenciais para monitorar o tráfego de rede, bloquear acessos não autorizados e evitar ataques direcionados. No entanto, a segurança não deve parar por aí. A segmentação da rede interna é uma estratégia crucial para conter ameaças, separando ambientes administrativos de sistemas clínicos e reduzindo a movimentação lateral de malwares.
Ao isolar redes médicas, como aquelas que conectam equipamentos de UTI, de redes de uso administrativo, como e-mails e sistemas financeiros, evita-se que um ataque em um setor afete toda a infraestrutura hospitalar.
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Treinamento contínuo: funcionários como escudo contra ataques
Relatórios de segurança indicam que cerca de 90% dos ataques cibernéticos começam com erro humano. Isso ocorre porque os cibercriminosos exploram a falta de conhecimento dos funcionários para aplicar golpes como phishing, enviando e-mails fraudulentos que induzem os usuários a fornecer credenciais ou abrir arquivos maliciosos.
Para mitigar esse risco, as instituições de saúde devem investir em treinamento contínuo para suas equipes. Entre os principais tópicos que devem ser abordados estão:
- Como identificar tentativas de phishing e evitar abrir e-mails suspeitos.
- A importância de usar senhas fortes e ativar a autenticação multifator (MFA).
- Como agir corretamente diante de incidentes de segurança, reportando comportamentos suspeitos à equipe de TI.
Criar uma cultura organizacional voltada à segurança da informação fortalece a defesa contra ataques.
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Atualizações e patches: um passo essencial para evitar vulnerabilidades
Muitos hospitais ainda operam com sistemas legados que não recebem atualizações frequentes, o que representa um enorme risco de segurança. Ataques como o WannaCry, que impactaram mais de 300 mil computadores em 150 países, exploraram falhas em sistemas desatualizados.
Manter todos os sistemas e dispositivos médicos atualizados é fundamental. As melhores práticas incluem:
- Aplicar patches de segurança assim que forem disponibilizados.
- Realizar auditorias periódicas para identificar brechas.
- Substituir softwares desatualizados por soluções mais seguras.
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Autenticação multifator (MFA): proteção extra contra acessos indevidos
Apenas senhas não são mais suficientes para garantir a segurança dos sistemas médicos. A implementação da autenticação multifator (MFA) adiciona camadas extras de proteção, exigindo múltiplas formas de verificação, como um código enviado ao celular do usuário.
Dessa forma, mesmo que um hacker consiga roubar uma senha, ele não conseguirá acessar os sistemas sem a segunda etapa de autenticação.
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Criptografia de dados: protegendo informações sensíveis
A criptografia garante que, mesmo que os dados sejam interceptados, eles não possam ser lidos sem a chave correta. Isso deve ser aplicado tanto para dados em trânsito (quando estão sendo enviados entre dispositivos) quanto para dados armazenados em servidores ou na nuvem.
Hospitais e clínicas devem adotar protocolos como AES-256, um dos mais avançados da atualidade, e garantir que informações de pacientes estejam protegidas contra acessos não autorizados.
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Monitoramento contínuo: detectando ameaças antes que causem danos
Soluções de monitoramento baseadas em inteligência artificial e machine learning ajudam a identificar padrões anômalos e prever ataques antes que eles ocorram.
Com ferramentas avançadas de análise de tráfego de rede, as instituições de saúde podem detectar acessos suspeitos, atividades incomuns e responder rapidamente a ameaças, evitando danos maiores.
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Plano de resposta a incidentes: preparo para lidar com ataques
Ter um plano estruturado de resposta a incidentes reduz o impacto de ataques e evita paralisações prolongadas. Esse plano deve incluir:
- Definição de papéis e responsabilidades da equipe diante de um incidente.
- Procedimentos de comunicação interna e externa, incluindo contato com autoridades competentes.
- Estratégias para recuperação de dados e continuidade dos serviços médicos.
Estar preparado para agir rapidamente pode ser a diferença entre um incidente controlado e uma crise devastadora.
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Backups regulares: a garantia da continuidade operacional
Os ataques de ransomware frequentemente criptografam arquivos e exigem resgate para sua liberação. A melhor defesa contra esse tipo de ataque é manter backups regulares e armazená-los em locais seguros, como servidores externos ou na nuvem.
Recomenda-se seguir a estratégia 3-2-1:
- 3 cópias dos dados.
- 2 formatos diferentes de armazenamento (local e na nuvem).
- 1 cópia offline, protegida contra acessos remotos.
Além disso, é essencial testar regularmente esses backups para garantir sua eficácia.
Proteger o setor de saúde é proteger vidas
A crescente digitalização trouxe inúmeros avanços ao setor de saúde, mas também abriu portas para novos riscos. Implementar práticas eficazes de cibersegurança não é apenas uma questão de proteger sistemas, mas sim de salvaguardar vidas e garantir a continuidade dos serviços médicos.
Para isso, é essencial contar com amparo tecnológico robusto e especialistas que entendam os desafios específicos do setor. A Tecnocomp se destaca ao oferecer soluções personalizadas que ajudam instituições de saúde a fortalecer sua cibersegurança, garantindo proteção avançada contra ameaças emergentes.
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