Nos últimos anos, o setor de saúde passou por uma transformação acelerada, impulsionada pela digitalização, pelo uso crescente de dados em nuvem, pela telemedicina e pelo avanço de tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas Médicas (IoMT). Essa evolução trouxe inúmeros benefícios para pacientes e profissionais, permitindo diagnósticos mais rápidos, integração de prontuários eletrônicos, monitoramento remoto e maior eficiência na gestão hospitalar.
No entanto, essa mesma digitalização criou um ambiente de riscos sem precedentes. Hospitais, clínicas, laboratórios e operadoras de saúde se tornaram alvos preferenciais de cibercriminosos devido ao alto valor das informações médicas, que podem valer até 50 vezes mais que dados de cartões de crédito no mercado ilegal. Ao mesmo tempo, muitos provedores ainda operam com infraestrutura legada, processos fragmentados e equipes sobrecarregadas, dificultando respostas rápidas a incidentes.
O resultado é alarmante: falhas de segurança, downtime prolongado e vazamentos de dados custam milhões de dólares, impactam a confiança do paciente e, em casos extremos, podem afetar diretamente a qualidade do atendimento e a preservação de vidas. Um estudo da McKinsey mostra que 47% das instituições reconhecem investir menos do que o necessário em cibersegurança, enquanto incidentes críticos já causaram atrasos em procedimentos e aumento na mortalidade em 12% das organizações afetadas.
Neste contexto, resiliência tecnológica não é apenas uma questão de TI: é uma exigência estratégica, financeira e ética. A seguir, apresentamos 7 razões pelas quais provedores de saúde precisam agir agora para fortalecer sua infraestrutura, proteger dados sensíveis e garantir a continuidade do cuidado.
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Setor altamente visado por cibercriminosos
Segundo a McKinsey, no último ano instituições de saúde dedicaram, em média, apenas 7% do orçamento de TI à cibersegurança, e 47% reconheceram que esse valor é insuficiente para proteger suas operações críticas — como sistemas de prontuário eletrônico, faturamento e data centers. Esse cenário contribui para que, de 2019 a 2023, o setor saúde lidere o ranking de vazamentos de dados — com mais de 800 incidentes reportados só em 2023 nos EUA.
No Brasil, um relatório da PwC evidencia que houve crescimento expressivo no número de ataques a hospitais, clínicas e laboratórios, configurando-se como ameaça constante à segurança de dados e à saúde financeira das instituições. O setor brasileiro representa cerca de 47% das organizações que sofreram brechas de US$ 1 milhão ou mais, com dados médicos valendo até 50 vezes mais que os de cartão de crédito no mercado ilícito.
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Impacto financeiro exorbitante
De acordo com o State of the Internet Report 2024, o custo médio de uma ciberviolação no setor de saúde foi de US $ 9,77 milhões, bem acima dos US $ 6,08 milhões do setor financeiro. Além disso, acidentes provocados por ransomware
podem resultar em downtime de US $ 1,9 milhão por dia e atrasos de até 18,7 dias, impactando diretamente diagnósticos e procedimentos urgentes.
Piora ainda mais: pesquisas globais mostram que 12% das organizações de saúde registraram aumento na mortalidade após um ataque cibernético, e 71% relataram impacto negativo em procedimentos ou diagnósticos críticos.
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Atrasos e sistemas vulneráveis
A McKinsey destaca que diversas organizações mantêm softwares, firmwares e hardwares obsoletos, muitas vezes incompatíveis com atualizações ou padrões mínimos de segurança. Faltam redundância de data centers e coordenação pós-fusão ou aquisição, aumentando a exposição.
O estudo sobre patch management no setor de saúde também revela que atrasos na aplicação de correções críticas ocorrem em média em 48 dias, com casos de até 77 dias — o que é tempo suficiente para um exploit causar danos irreversíveis.
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Falhas humanas e cultura frágil
Além de sistemas mal gerenciados, o fator humano responde por cerca de 13% dos incidentes de vazamento, especialmente em função de phishing e roubo de credenciais em ambientes corporativos.
A negligência com treinamentos contínuos faz com que colaboradores sejam o elo mais fraco da cadeia de segurança, muitas vezes vítimas de engrenagens sofisticadas em ataques direcionados.
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Integração complexa e sistemas legados
O Health‑ISAC Threat Landscape Report 2025 mostra que o uso crescente de APIs e integrações entre prontuário eletrônico, fornecedores e dispositivos médicos (IoMT) cria uma superfície exposta para ataques. A troca aberta de dados, embora essencial à interoperabilidade, traz riscos elevados em instituições ainda ancoradas em infraestrutura legada.
O incidente com a Change Healthcare, por exemplo, mostrou como falhas numa plataforma terceirizada podem comprometer múltiplas instituições simultaneamente, sem que estas percebam de imediato.
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Estratégia eficaz exige investimento e governança
Uma organização bem preparada utiliza seis pilares estratégicos, conforme recomendado por especialistas:
- Gestão multifuncional de crise;
- Avaliação de impacto operacional e reputacional;
- Planos de continuidade temporária;
- Protocolos claros de comunicação interna e externa;
- Adoção de políticas rígidas de cibersegurança interna e revisão de terceiros.
Treinamentos periódicos, auditorias regulares, SLAs bem definidos e certificações como ISO 9001 e ISO 20000 são essenciais — especialmente em ambientes que lidam com regulamentações da LGPD e da ANS.
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Governança corporativa e cultura ética
Segundo a PwC, o valor das informações médicas aumenta a responsabilidade das instituições: são dados que devem ser armazenados por no mínimo 20 anos segundo a lei brasileira, tornando a confiança digital uma obrigação legal. A governança deve ser contínua, auditável e transparente, garantindo controle desde o cliente até o fornecedor de software ou serviço.
Transformando investimento em segurança
De acordo com pesquisas, provedores que destinam entre 10% e 15% ou mais do orçamento de TI à cibersegurança apresentam resiliência muito maior do que aqueles que investem menos de 7%.
Quando aliados a planos de ação integrados — que envolvem diagnóstico técnico, treinamento humano, governança, auditoria, parcerias estratégicas e testes de segurança —, esses investimentos não apenas reduzem tempo de resposta, mas protegem reputação e vidas.
Por que agir agora
A resiliência tecnológica para provedores de saúde depende de ação imediata e visão de longo prazo. A omissão representa riscos: operacionais, financeiros, legais e éticos. A segurança deve ser vista como parte essencial do atendimento, um compromisso institucional com pacientes, colaboradores e sociedade.
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