Adoção de nuvem, por si só, já não é um diferencial. Em 2025, a vantagem competitiva está em distribuir cargas de trabalho entre provedores de forma consciente, com critérios de desempenho, segurança, compliance e custo. É aqui que a estratégia multicloud deixa de ser um jargão e vira prática: selecionar, para cada workload, o ambiente de nuvem que melhor atende ao objetivo daquele serviço, reduzindo riscos e elevando eficiência operacional. Em linguagem simples, multicloud é operar mais de um provedor ao mesmo tempo e fazer isso com governança.
Ao contrário de um modelo single-cloud, multicloud permite combinar pontos fortes de cada oferta (dados e IA, integração corporativa, cobertura regional, custos), além de mitigar indisponibilidades e riscos de concentração. Boas práticas independentes ressaltam benefícios e limites com objetividade, como evitar lock-in e ganhar flexibilidade para posicionar aplicações sensíveis em regiões adequadas.
A tendência também aparece em levantamentos de mercado: empresas vêm migrando de infra single-cloud para multicloud/híbrida por motivos de soberania de dados, governança e custo total. Um recorte recente no Reino Unido aponta 29% já em multicloud e 31% em híbrida, com 60% buscando ativamente alternativas para reduzir dependência de um único provedor, reforçando que diversidade de nuvens é pauta executiva — não moda passageira.
A seguir, apresentamos 8 passos para sair do discurso e construir uma multicloud por workload, no padrão de governança e compromisso com resultados que a Tecnocomp defende.
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Mapeie workloads e objetivos de negócio
Comece pelo inventário do que roda hoje e do que precisa nascer em nuvem: latência exigida, janelas de manutenção, requisitos de GPU/IA, volumes de dados, dependências legadas, exigências regulatórias, metas de custo e SLA. Esse mapeamento orienta o “fit for purpose”: analytics com forte uso de dados pode se beneficiar de serviços específicos; sistemas corporativos integrados a AD/ERP pedem outro ecossistema; dados sensíveis exigem regiões e controles adequados.
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Defina critérios objetivos para “nuvem certa, workload certo”
Com o inventário em mãos, padronize a seleção:
- Desempenho e dados/IA (catálogos, pipelines, MLOps, GPUs).
- Integrações e ecossistema corporativo (identidade, colaboração, ERPs).
- Soberania e latência (regiões locais, zonas e conectividade).
- Modelo de custos (on-demand, reservadas, spot/preemptivas, egress).
- Resiliência e continuidade (replicação multi-região/multicloud, RTO/RPO).
Multicloud bem-sucedida não é “encaixar tudo em qualquer nuvem”, mas alinhar o serviço ao ambiente adequado e orquestrar o conjunto.
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Projete resiliência e continuidade entre provedores
Multicloud só entrega valor quando há interoperabilidade e planejamento de continuidade: DNS inteligente, replicação de dados entre regiões e nuvens, esteiras de failover automatizadas e testes regulares. Uma visão editorial do mercado brasileiro resume: multicloud distribui cargas por múltiplos provedores para ganhar flexibilidade e reduzir risco — enquanto híbrido combina modos de implantação — distinção útil para discutir arquitetura com o board.
Além disso, a camada de dados merece desenho por “classes” (dados críticos x operacionais x históricos), cada qual com políticas de proteção, redundância e desempenho — recomendação prática destacada em análises recentes.
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Trate FinOps como disciplina
Sem FinOps, multicloud vira multi-contas. Pesquisas apontam que entre 28% e 32% do gasto em nuvem é desperdiçado quando falta visibilidade, política de desligamento/hibernação, dimensionamento correto e contratos adequados. O número varia por setor, mas a ordem de grandeza permanece como alerta para governança.
Ferramentas e rotinas que centralizam visibilidade de custo, automatizam rightsizing e aplicam políticas por tag tendem a capturar ganhos. Estudos indicam benefícios financeiros com governança multicloud e automação: ROI de até 425% em três anos e US$ 3,73 milhões/ano em ganhos médios por organização.
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Padronize segurança e identidade entre nuvens
Mais nuvens, mais superfície de ataque. O caminho é padronizar IAM (MFA, mínimos privilégios, provisionamento por ciclo de vida), gestão de chaves e criptografia, postura Zero Trust e políticas por código.
No contexto brasileiro, análises reforçam que requisitos regulatórios e de soberania devem pautar decisões de localização e camadas de proteção.
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Automatize deploy, políticas e observabilidade
Sem automação, a operação multicloud não escala. A recomendação prática é adotar infraestrutura como código, pipelines CI/CD multicloud, políticas automatizadas (segurança, conformidade, desligamento) e observabilidade full-stack (métricas, logs, traces e experiência digital) desde o primeiro sprint.
Para equipes técnicas, é útil confrontar mitos (ex.: “mover workload livremente” sem fricção) e alinhar expectativas sobre portabilidade real e padrões de dados — um ponto recorrente em discussões.
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Comece por PoCs e evolua com ciclos curtos
Multicloud é vivo: preços mudam, serviços amadurecem e requisitos de negócio evoluem. O caminho é pilotar workloads críticos em PoCs controladas, medir latência, custo, disponibilidade e segurança, validar integrações e só então escalar. Especialistas reforçam também a importância de iterar a arquitetura para capturar melhor flexibilidade, resiliência e custo total.
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Faça a gestão por valor
Relatórios destacam ganhos tangíveis quando a arquitetura híbrida/multicloud é bem gerida: redução de até 80% em espaço de racks, corte de 75% de energia e 200 tCO₂/ano evitadas — números que conectam a pauta de infraestrutura à agenda de ESG e ao orçamento. Há também relato de redução de incidentes/downtime com melhorias operacionais e de governança.
Como decidir a nuvem certa para cada workload
Analytics e IA
- Priorize provedores com ecossistema de dados robusto (ingestão, catálogos, governança) e disponibilidade de GPU com custos previsíveis.
- Avalie latência para fontes de dados e custos de egress; distribua dados quentes e frios por política de ciclo de vida.
Aplicações corporativas e integrações
- Workloads fortemente acoplados a identidade corporativa, colaboração e ERP se beneficiam de ecossistemas aderentes a esses serviços; componentes elásticos podem residir em outra nuvem para custo e escala.
- Mitigue risco de dependência com camadas de integração desacopladas e padrões de dados.
Dados sensíveis e compliance
- Posicione dados em regiões compatíveis com LGPD/GDPR; avalie nuvem soberana quando aplicável; habilite criptografia gerenciada e rotação de chaves.
- Boas práticas locais ajudam a estruturar controles por camada de dados.
Edge/latência e continuidade
- Use regiões locais e avalie failover cross-cloud para serviços críticos; monitore fim-a-fim.
- Reforce que multicloud não elimina esforço de design — ela exige mais governança.
Erros comuns e como evitar
- Multicloud por moda. Adote quando houver caso de uso claro: desempenho, resiliência, compliance ou custo.
- Governança tardia. Defina tagueamento, IAM, criptografia, chaves e políticas de custo antes de escalar.
- Ferramentas fragmentadas. Simplifique com observabilidade unificada e gestão centralizada (políticas por código).
- Pressupor portabilidade total. Estabeleça padrões de integração e contratos de dados para reduzir atrito.
Como a Tecnocomp apoia sua jornada multicloud
Adotar multicloud não é só uma tendência — é uma exigência para organizações que buscam eficiência, segurança, inovação e controle de custos. Com abordagem orientada por workload e metas claras, é possível transformar infraestruturas em vantagem competitiva.
Para colocar essa estratégia em prática, a Tecnocomp oferece infraestrutura com personalização, governança e expertise, adequando tecnologia às suas prioridades de negócio. Nossa experiência consolidada com infraestrutura multicloud garante implantação eficiente e com máxima aderência à estratégia organizacional.
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