O setor de saúde global avança de um modelo reativo para uma abordagem preditiva, impulsionada pela demanda por maior eficiência, qualidade e personalização do atendimento. Este salto, conhecido como Saúde Digital ou Medicina 4.0, tem no AIoT (Inteligência Artificial das Coisas) o seu coração tecnológico.
O AIoT é a fusão estratégica da Internet das Coisas (IoT) com a Inteligência Artificial (IA). Enquanto os dispositivos IoMT (Internet of Medical Things) coletam dados contínuos em tempo real, a IA adiciona a capacidade analítica e preditiva, transformando a informação em insights clínicos acionáveis. Essa sinergia não apenas otimiza fluxos internos de hospitais, mas fortalece a capacidade de resposta das equipes de saúde.
Essa adoção é um imperativo de investimento de escala global. O mercado AIoT em saúde, estimado em USD 17,7 milhões em 2024, projeta-se alcançar o patamar impressionante de USD 111 milhões até 2030.
Essa projeção aponta para um Crescimento Anual Composto (CAGR) de aproximadamente 35,8% entre 2025 e 2030. Tal ritmo acelerado demanda atenção estratégica imediata. Para que essa inovação se concretize, é essencial que a infraestrutura de TI de missão crítica esteja à altura dos desafios operacionais e de segurança.
AIoT em ação: O potencial de salvar vidas em tempo real
O valor do AIoT se manifesta na otimização do cuidado clínico e na gestão hospitalar, garantindo resultados superiores para os pacientes.
- Monitoramento e diagnóstico preditivo
O uso da IoMT, incluindo wearables e sensores, permite o monitoramento de parâmetros clínicos de forma ininterrupta.
Um exemplo são os dispositivos cardíacos: Marcapassos modernos fornecem informações detalhadas sobre o sistema cardiovascular do paciente, enviando esses dados aos médicos. Qualquer alteração que indique risco é notificada, reduzindo significativamente a possibilidade de eventos de saúde graves. De forma similar, o acompanhamento contínuo da taxa de glicose ou a monitorização de condições como Parkinson fortalecem a medicina preventiva fora do hospital.
- Gerenciamento estratégico de doenças crônicas
O AIoT é a resposta para a alta prevalência de doenças crônicas no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 57,4 milhões de brasileiros são portadores de alguma doença crônica, responsáveis por 74% dos óbitos no país.
Doenças como diabetes, problemas respiratórios e cardíacos impõem enorme carga ao sistema. Ao integrar dados de dispositivos conectados, genética e fatores ambientais, a IA proporciona um panorama completo para a coordenação do cuidado, resultando em atendimento mais personalizado e focado na prevenção.
- Otimização operacional e o fator tempo
O AIoT estende sua inovação à gestão, liberando profissionais de saúde para o cuidado direto. O Healthcare Innovation Show 2025 destacou soluções que conectam inovação e eficiência operacional.
Assistentes de voz multiplataforma para médicos, por exemplo, demonstraram uma redução de até 40% no tempo dedicado à documentação, devolvendo ao médico até duas horas por dia para o paciente. Plataformas de agendamento inteligente também automatizam processos do call center à confirmação de presença, garantindo que tecnologia, dados e automação são o caminho para alcançar maior segurança e eficiência na saúde.
AIoT e o desafio da infraestrutura de TI
O potencial do AIoT depende de uma infraestrutura de Tecnologia da Informação robusta. A vasta e sensível carga de dados exige que a fundação de TI seja de missão crítica.
- A questão da conectividade e interoperabilidade
A adoção da saúde digital no Brasil enfrenta desafios estruturais. O HIS 2025 revelou que Secretarias de Saúde em 2023 se depararam com pouquíssima infraestrutura digital. O estado de Goiás, por exemplo, demonstrou o compromisso de investir em tecnologia ao saltar de R$ 10 milhões em 2019 para R$ 100 milhões em 2025, com foco em ganhos de produtividade, qualidade no atendimento e eficiência na gestão.
O sucesso do AIoT também depende da interoperabilidade, a capacidade dos sistemas de se comunicarem. Sem essa integração, o monitoramento em tempo real se torna ineficaz. Projetos de grande escala exigem um parceiro com a visão estratégica e profundo conhecimento técnico para gerenciar essa complexidade de networking e data center.
- O papel da AIOps na resiliência do sistema
Para gerenciar o fluxo contínuo e complexo de Big Data do AIoT, a própria IA deve ser aplicada à gestão da infraestrutura, através do AIOps (Inteligência Artificial para Operações de TI).
A AIOps garante que o Monitoramento de Redes (NOC) e o Service Desk atuem de forma preditiva. Em saúde, onde o downtime compromete o atendimento crítico, a automação inteligente da infraestrutura e a resiliência cibernética são uma extensão direta do cuidado ao paciente.
Cibersegurança: Protegendo dados, salvando vidas
A conectividade ampliada do AIoT expôs uma superfície de ataque maior, tornando os dispositivos IoMT alvos prioritários para cibercriminosos.
- Vulnerabilidade do IoMT: O risco de ataques
A vulnerabilidade cresceu significativamente no setor de saúde. Houve um aumento de 67% nas tentativas de ataques contra dispositivos IoT em 2024, sendo o ransomware a ameaça mais utilizada.
Os ataques buscam explorar dispositivos desprotegidos para atrasar o atendimento crítico ou vazar dados confidenciais de saúde. Tais violações afetaram informações privadas de mais de 100 milhões de indivíduos em um único ano no setor global. Um ataque que paralise a rede hospitalar não é apenas um problema financeiro, mas uma ameaça direta à vida.
- Conformidade regulatória e zero trust
Diante da natureza sensível dos dados, a conformidade com a LGPD no Brasil é inegociável.
Para garantir o compliance e mitigar a ameaça crescente, as instituições devem adotar práticas rigorosas, como o uso de criptografia de dados, Autenticação Multifator (MFA) e a manutenção de um robusto programa de governança focado em cibersegurança e privacidade.
A segmentação zero trust também é essencial, isolando dispositivos IoMT vulneráveis e impedindo que um incidente em um aparelho se propague pela rede hospitalar e comprometa dados críticos.
AIoT como vantagem estratégica
O AIoT na saúde é uma das fronteiras mais transformadoras da medicina em 2025. O potencial de crescimento de 35,8% no mercado global até 2030 e a capacidade de gerenciar proativamente a alta carga de doenças crônicas no Brasil demonstram que esta tecnologia é vital para a qualidade do setor.
O sucesso, contudo, depende da fundação tecnológica. É preciso garantir a infraestrutura, a interoperabilidade e a cibersegurança rigorosa.
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