O data center, no futuro próximo, deve passar por uma transformação com a chegada do 5G, que promete uma conectividade sem precedentes para dispositivos, usuários e serviços de IoT. Para atender a essas mudanças, os provedores precisam rever a infraestrutura existente, transformando contêineres e servidores virtuais em serviços de nuvem e Edge Computing, sob o risco de perder terreno para concorrentes mais preparados.
As redes 5G foram projetadas para conectar máquinas, sistemas e pessoas, não importando a localização, e oferecendo velocidades para transmissão de dados mais alta, com baixa latência e garantindo maior confiabilidade, capacidade de rede e disponibilidade.
Por usar uma arquitetura virtualizada e orientada por software, as redes 5G simplificam a mobilidade, permitindo que usuários e dispositivos permaneçam conectados sem que seja necessário realizar uma nova autenticação ou alterar alguma configuração, permitindo a massificação de dispositivos IoT e outras tecnologias que exijam conexão em tempo real.
Além disso, oferecem uma maior cobertura geográfica e tornam a conectividade em regiões que não contam com oferta de banda larga adequada ou regiões extremamente densas em que a demanda supera a capacidade das redes mais eficientes e completas.
5G x 4G
As redes 4G, quando surgiram, já representaram uma revolução em relação à tecnologia 3G, pois permitiram uma maior largura de banda, densidade celular e aprimoramento das capacidades VoIP. Sua evolução, a 4G LTE, também passou a suportar diversos tipos de tráfegos na mesma rede, o que permitiu o crescimento de projetos IoT, o trabalho remoto e até mesmo o crescimento nas vendas de smartphones.
Para garantir o suporte às redes 4G, os data centers apenas adicionaram hardware (switches e roteadores) às suas infraestruturas, o que ocasionou em um maior consumo de energia, custos com refrigeração e impactou, ainda, na pegada de carbono desses provedores. Para enfrentar esses problemas, os provedores passaram a adicionar máquinas virtuais e contêineres para reduzir o hardware e otimizar os sistemas.
Já nas redes 5G a abordagem é outra e não é possível adicionar mais hardware ou máquinas virtuais. Por ter uma plataforma de rede descentralizada, essas redes podem existir fora de um data center tradicional, usando pequenas células localizadas do lado dos dispositivos conectados. Por meio de antenas e células agrupadas e que transmitem em todas as frequências de banda, as redes 5G alcançam até 20 Gbps de taxas de dados.
Enquanto o data center baseado em 4G conta com uma arquitetura linear, o que pode dificultar a escalabilidade, mas que torna os custos mais econômicos à medida que a rede cresce, a mudança para o 5G, do ponto de vista de tecnologia, recursos e custos, torna esse modelo inviável devido à quantidade de dispositivos de última milha em redes IoT e necessidade de manter a conexão sempre ativa. Com isso, o data center tradicional precisa ser redesenhado para lidar com cargas de trabalho diferentes das usuais em uma rede 4G.
O impacto do 5G no data center
O principal impacto do 5G no data center é a gigantesca quantidade de dados que essas redes devem processar, armazenar e compartilhar, o que pode sobrecarregar o data center. Esse aumento da demanda se dá, basicamente, na capacidade de computação e infraestrutura de armazenamento, conectividade e suporte oferecido pelos provedores ao Edge Computing.
Com isso, alguns provedores já passaram a atualizar a infraestrutura de hardware e software de rede para torná-las mais rápidas e eficientes, investindo em contêineres e virtualização, tecnologias que já suportam a rede 4G instalada e que pode ser redimensionada para o 5G. Ou seja, o data center tradicional deve ser complementado com micro data centers e outras células 5G para lidar com as novas cargas de trabalho que irão surgir com a adoção da nova tecnologia.
Como as redes 5G irão gerar volumes maiores de dados, parte da coleta e processamento das informações pode ser realizado na borda para serem, depois, enviados para integração ou armazenamento em um data center maior.
E como é esse micro data center? Muito parecido com um data center tradicional, com pequenos racks e VMs e controles para monitorar a temperatura e evitar possíveis substâncias contaminantes. A maior mudança é o acesso físico a esse equipamento, já que os provedores podem não contar com uma equipe de suporte no local ou enfrentarem problemas de acessibilidade.
Além disso, a infraestrutura 5G precisa ter maior resiliência física a vibração, poeira, temperatura e manuseio, já que os equipamentos são portáteis e podem ser instalados basicamente em qualquer local para garantir maior conectividade. Outro recurso que pode ser extremamente útil é implementar dispositivos e sistemas com autorrecuperação que não exigem a presença de um especialista para seu funcionamento pleno, afinal, o equipamento precisa ser resiliente o suficiente para se manter em funcionamento até que um técnico possa ir até o local.
O futuro do 5G e dos data centers
Uma coisa é certa, os data centers precisam estar preparados para a alta demanda de dados causada pela adoção do 5G. De acordo com a Cisco, a tecnologia deve suportar mais de 10% das conexões móveis no mundo até 2023, com uma velocidade média de 575 Mbps, 13 vezes mais rápido que a conexão móvel atual.
E os provedores já podem se adiantar a essa transformação substituindo hardwares mais simples, como roteadores e switches, por equipamentos compatíveis com o 5G. Um segundo passo é começar a analisar como a migração irá impactar nas tecnologias já em uso, como funções virtualizadas e redes definidas por software, para saber se irão lidar com eficiência e com o aumento da carga de trabalho futura.
Os provedores tradicionais também precisam entender o impacto de padrões Open RAN, muito utilizados por operadoras de redes e fornecedores OEM para implementar a tecnologia 5G. Isso inclui fornecer treinamento e certificações para as equipes e até a contratação de recursos externos especializados para lidar com a transformação.
Com o crescente aumento do fluxo de dados, o data center precisa estar preparado para lidar com as mudanças que a nova tecnologia irá trazer e garantir uma transferência continua e segura de dados, com baixa latência e sem atritos. Entre em contato e saiba como a Tecnocomp pode ajudar sua empresa nessas transformações.